BAHIA LIDERA RANKING DE MORTES VIOLENTAS. NÓS SABEMOS ONDE ESTÁ O ERRO.
A Bahia lidera este ranking e não é de agora.
Há algo de muito errado na Secretaria de Segurança Pública da Bahia. E nós sabemos o que há.
Em números absolutos, a Bahia liderou a quantidade de casos entre janeiro e março, no país, com 1.449 registros. O Estado foi responsável por 13,5% de todas as mortes violentas registradas no país, no primeiro trimestre deste ano.
O Brasil apontou um recuo de 11% nos assassinatos em relação ao mesmo período de 2020, mas a Bahia só obteve uma diferença de dois casos a menos para o mesmo período. O Distrito Federal teve a maior diminuição (-36,8%).
Depois da Bahia como o Estado que mais contribuiu para o total de assassinatos no país, no primeiro trimestre de 2021, vem o Rio de Janeiro, com 9% e São Paulo vem em terceiro no ranking.(FONTE G1, 31/05/2021)
Sentimos isso na pele. O sindicato como instrumento de melhoramento das instituições cumpre há muito o seu papel, mas para a Secretaria de Segurança Pública esse grito é surdo.
Sabemos o que está errado. O primeiro é este que citamos, a arrogância das gestões, e a falta de interesse em melhorar. Seguem como autoridades incólumes, e incapazes de serem afetadas realizando políticas para dentro e não para fora. Reflexo disso foi o grande escândalo que envolveu a Secretaria de Segurança Pública fazendo alterar todos os gestores do primeiro escalão desta secretaria. Mas isso ainda não refletiu nos dados. Porquê? Porque ainda assim seguem surdos.
Fazendo de uma Secretaria tão importante celeiro de amizades, inimizades, perseguições e tantas outras técnicas longe da técnica.
No que tange ao Departamento de Polícia Técnica, cumpre aqui ressaltar que o maior denunciado pelos sindicatos e que permeia uma insatisfação geral de muitos peritos de todas as classes, inclusive com sentença judicial afastando atos que foram desdobramentos de sua conduta interna, representado ministerialmente por tratar o instrumento público com paixões pessoais na sua atuação na Corregedoria foi elevado a chefe de gabinete do Diretor Geral. E não há de se falar que é ônus do próprio cargo. Haja vista o episódico próprio e particular desta atuação.
Tanto o é que esse grande erro da Secretaria vai amargar as consequências. Aliás os efeitos já começaram. E já se escuta pelos corredores do Departamento de Polícia Técnica, profissionais falando em reduzir as suas cargas horárias ou a entregar cargos.
Para estar de posse de um cargo de gestão pública tem que ser técnico e conhecer a realidade. Pois é sabido que na Administração Pública as necessidades são ilimitadas e os recursos são escassos. Não se faz gestão e política sem política. Sem raiz. Ignorando os fatos, as dificuldades e sobretudo as pessoas. É preciso gerir recursos e pessoas eficientemente.
De outro modo a Secretaria peca em não investir na investigação. Uma política ostensiva tem sido implementada há mais de 10 anos pela Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Investe em ostensividade sem capacitações. Resultado: Polícia temida, polícia que pode ser co-responsável pelos grandes índices de morte violenta, polícia que dá medo na população, mas que não é respeitada por ela.
Pois aqui se prende e aqui se solta.
Um inquérito frágil em que investigadores estão sentados em cadeiras fazendo ocorrências simples e entregando com uma simples assinatura para o povo.
Onde fica a investigação? Sentada numa cadeira em uma delegacia velha.
Os Peritos Técnicos de Polícia são os Peritos Papiloscopistas do Estado da Bahia. O papiloscopista é um Perito que coloca o autor na cena do crime, mas na Bahia menos de 2% dos crimes são revelados pela papiloscopia, porque estes peritos que deveriam estar aprimorando sua atividade e auxiliando as investigações a todo vapor, estão subjugados em atribuições não técnicas, por conta de uma política interna do Departamento que retira propositalmente esses profissionais de suas atribuições e os subutilizam, gerando custo e desinteligência para o Estado.
Estatísticas da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mostram que, em 2020, foram 17.105 crimes solucionados no DF com análise de digitais. O Secretário de Segurança Pública do DF foi um grande incentivador para estes valiosos resultados, Anderson Torres foi promovido a Ministro da Justiça e Segurança Pública pelo brilhante trabalho que realizou e os índices notáveis na Segurança Pública do Distrito Federal.(FONTE METRÓPOLE, 22/12/2020)
Esses índices servem para escancarar a política de retrocessos que implementa a Secretaria de Segurança Pública da Bahia.
Outro índice que chama a atenção é que o empenho do programa de trabalho do governo de 2020 para Projeto de Formação de Recursos Humanos do DPT foi de apenas R$ 1.597,50 divulgado pela SEFAZ e que R$ 00,00 foi realizado em atividades no Departamento de Polícia Técnica da Bahia. (FONTE SEFAZ)
Chega a ser inacreditável que dentro da Secretaria de Segurança Pública os investimentos em formação sejam tão tímidos.
Como se não bastasse os policiais além de assediados para manter a estrutura funcionando sem critérios de humanização, doentes, suicidados, são mal remunerados, e sofrem pressão em casa e no trabalho.
Um circo de horrores!
Enquanto a Secretaria não olhar para dentro tecnicamente, sem arrogâncias e aparando todos estes erros, vai amargar os piores índices nos Rankings de Violência do país e do mundo. Chegou a hora de mudar as políticas, o povo já disse nas urnas que Segurança é um clamor público.
Colocações perfeitas, palavras sensatas que certamente alcançaram os olhos e ouvidos do secretário de segurança e do governador para que corrijam os equívocos e façam a Bahia um lugar mais seguro e próspero.