Desaparecidos. Um drama que parece não ter fim…

No Brasil não há dados oficiais sobre a quantidade desaparecidos por ano, segundo o site do Ministério da Justiça. E dos casos registrados, de 10% a 15% permanecem sem solução por um longo período de tempo ou jamais são resolvidos. Aqui na Bahia, o perfil da maior parte dos desaparecidos são de homens com idades entre 14 e 30 anos, principalmente originados pelo envolvimento com o tráfico de droga. A relação entre o desaparecimento e a provável morte é bastante alta, uma vez que as autoridades policiais relacionam 70% dos desaparecimentos de pessoas a mortes. As famílias que procuram por desaparecidos chegam ao Instituto Médico Legal como o último local a percorrer findando a esperança de encontrar o seu ente querido com vida. O IML de salvador disponibiliza desde 2003 para a população o recurso da filmagem dos cadáveres ignorados (não identificados), com este recurso a população tem acesso a todos os cadáveres que deram entrada no IML sem identificação e assim as famílias dos desaparecidos podem indicar um suspeito, esta identificação é feita muitas vezes pelo reconhecimento das vestes, objetos, tatuagens ou sinais de nascença no cadáver. Uma vez de posse dos dados desse suspeito, o IML entra em contato com o Instituto de Identificação para uma possível identificação pelas impressões digitais.

Impressões digitais de cadáveres especiais (avançado estado de putrefação, carbonizados, saponificados ou mumificados).

Os profissionais responsáveis por esta identificação são os Peritos Técnicos, especialistas em Necropapiloscopia (ciência que estuda a coleta de impressões digitais em cadáveres que se encontram em diversos estágios de decomposição e/ou conservação e condições de morte), estes profissionais realizam pericias em cadáveres especiais com identidade ignorada coletando as impressões no IML, oriundos de salvador e de toda região metropolitana, aplicando técnicas especiais, revelando estas em corpos carbonizados, putrefeitos e até mesmo esqueletizados.  Em posse das impressões digitais coletadas desses cadáveres, elas são inseridas na base de dados do sistema informatizado de impressões digitais do Instituto de Identificação que armazena estas impressões coletadas e as compara com as impressões padrões pré-existentes no sistema, as impressões que são coletadas em vida, quando a pessoa busca a emissão da sua cédula de identidade, por exemplo, o sistema faz uma varredura no banco de dados até encontrar uma impressão compatível, localizando a pessoa que se encontrava desaparecida e que infelizmente foi a óbito.

Atualmente os peritos técnicos trabalham em conjunto com o IML, com intuito de identificar pessoas desaparecidas através somente da busca da família pelo ente querido no IML, o que estes profissionais estão buscando atualmente é uma parceria com a POLINER/BA, delegacia que responsável pelo banco de dados de desaparecidos, no intuito de identificar através das impressões digitais o maior número de pessoas desaparecidas vítimas de morte violenta, findando assim o sofrimento de uma família que busca por um ente desaparecido.

Imagem: G1, TV Bahia