Peritos identificam cadáver em decomposição em menos de 24 horas com técnicas avançadas de Papiloscopia
Um corpo em avançado estado de putrefação, localizado em uma área de mata virgem em Salvador, foi identificado no laboratório da Coordenação de Identificação Papiloscópica (CIPAP), no Instituto de Identificação Pedro Mello (IIPM), por meio de métodos complexos, como a fervura e a micro adesão.
Havia suspeita de se tratar de homem desaparecido há cerca de sete dias, contudo, devido à decomposição, o reconhecimento visual pela família foi impossível e a coleta das impressões digitais pelo método tradicional, utilizando ficha de papel e tinta, não era viável.
Os cadáveres que chegam a esse estágio frequentemente têm a pele superficial danificada ou decomposta, o que exige um tratamento especializado para evidenciar as impressões digitais da camada abaixo da pele, conhecida como derme.
Os Peritos Kleison Vargas e Vinicius Mattos, responsáveis pela identificação, demonstrando o compromisso da equipe com a excelência nas práticas forenses, solicitaram ao Instituto Médico Legal (IML) a excisão (corte) dos dedos do cadáver, que foram encaminhados para o laboratório do IIPM.
“O tratamento consistiu em mergulhar cada dedo em água fervente, um processo que recupera as linhas papilares prejudicadas pela decomposição. Em vez de utilizar tinta e papel, foi empregado pó de grafite finamente granulado, que foi aspergido em cada dedo e coletado rolando-o em uma etiqueta autoadesiva comum”, relatou o Perito Vinícius Mattos.
O corpo, recebido no IML às 16h do dia 27, teve as impressões foram coletadas e o laudo de identificação emitido em menos de 24 horas, no dia 28, por volta das 11h, evidenciando a rapidez e eficiência do processo, com um custo mínimo para os cofres do estado.
A atuação dos peritos papiloscopistas destaca a importância das técnicas especializadas na busca por justiça e na elucidação de casos complexos, reafirmando o papel fundamental da perícia na Segurança Pública.
