Peritos Papiloscopistas Identificam Vítimas de Trágico Acidente em Tempo Recorde
Na madrugada desta segunda-feira (08), uma colisão entre um caminhão e um ônibus de turismo provocou um trágico acidente, deixando 24 pessoas mortas e sete feridas, na BR-324, entre as cidades de Gavião e Nova Fátima, na região de Jacobina.
Entre as vítimas estão homens, mulheres, crianças e adolescentes.
Uma força tarefa de Peritos Papiloscopistas das cidades de Euclides da Cunha, Jacobina, Juazeiro e Serrinha foi convocada para realizar a identificação dos corpos. Em três horas, foram coletadas e comparadas as impressões digitais dos 24 corpos.
O método utilizado nas identificações foi o confronto papiloscópico em conformidade com o sistema dactiloscópico de Juan Vucetich, as impressões coletadas nos corpos foram analisadas e, consubstanciado nos elementos de ordem anatômica (pontos característicos), são confrontadas com as peças padrão que são fornecidas pelo Instituto de Identificação, uma avaliação criteriosa do Perito Papiloscopista enfatizada pela aplicação de métodos avançados de comparação das imagens das impressões digitais por meio de ferramentas computacionais (softwares específicos).
A busca pela Peça Padrão é um dos desafios do confronto papiloscópico. Neste caso em específico, as CRPT’s envolvidas na força tarefa tiveram um exímio aporte da Coordenação de Identificação Papiloscópica (CIPAP) pertencente ao Instituto de Identificação Pedro Mello (IIPM). Principalmente em casos de múltiplas vítimas, a agilidade na prestação das informações é fundamental, e o serviço prestado pela CIPAP do Instituto de Identificação Pedro Mello foi fundamental para obtenção das peças padrões fundamentais aos Exames de Perícias Necropapiloscópicos. A CIPAP é nacionalmente reconhecida e elogiada pelos serviços prestados e mostrou estar preparada para atuar em situações extremas que fogem à rotina do Departamento.
A identificação necropapiloscópica, utilizando impressão digital em caso de óbito, destaca-se por sua rapidez e economia em comparação a métodos mais dispendiosos, como análise de DNA. As impressões digitais oferecem uma abordagem eficiente, sendo um método estabelecido e amplamente utilizado na identificação forense, proporcionando resultados confiáveis em um tempo mais curto e um custo mais acessível.
Em casos de desastres envolvendo um alto número de vítimas fatais, como o ocorrido na data de hoje, essas características da Papiloscopia são fundamentais para uma maior efetividade na correta identificação dos corpos, tendo em vista as consequências jurídicas e sociais da morte.
Segundo o Perito André Luiz Freitas de Souza: “Atuar em um local de um tragédia de grandes proporções tal qual o lamentável acidente, nos da dimensão do qual importante é a Papiloscopia dentro dos sistemas de Segurança Pública, Justiça e Direitos Humanos. Nossa função de atribuir a identidade das pessoas através da identificação civil é fundamental para acesso à serviços públicos essenciais, assegurar direitos, situações de emergência e até mesmo em desastres como este. Nos permite assegurar as identificações das vítimas com agilidade, precisão e baixíssimo custo ao estado; cumprindo assim com nosso papel social, podendo contribuir para amenizar a dor e a comoção que toda sociedade Jacobinense e baiana está enfrentando.
Nessas situações, em especial, o Perito precisa internalizar toda a situação, inteirando-se do fato e estudando as peculiaridades de cada pessoa a ser identificada. O estado físico dos corpos é crucial para direcionar as ações do Papiloscopista. Reunir informações individuais como os dados qualificativos e biológicos de cada um também ajuda a nortear as suas decisões. Para que o trabalho seja realizado com sucesso, todos esses fatores precisam convergir em sincronia com a experiência, o conhecimento forense e o profissionalismo do Perito.
“Foi justamente isso que desenvolvemos hoje. Fomos profissionais ao ponto de nos doarmos completamente a esta missão, em prol de um bem social maior e do pleno exercício das nossas atribuições na área da identificação humana. Tenho certeza que todos os colegas que tiveram a oportunidade de atuar nos trabalhos encontram-se orgulhosos do que fizeram e com um forte sentimento de dever cumprido. Nós, Peritos Técnicos de Polícia Civil, Peritos em Papiloscopia na Bahia, estamos aqui para servir o nosso Estado sempre que for preciso. Independentemente do dia, da hora, do local e da situação, estaremos sempre disponíveis para desempenhar as nossas valiosas atribuições na área da identificação humana”, aponta José Ferreira Jatobá Neto, um dos peritos responsáveis pela identificação.
José Ferreira Jatobá Neto, Tiago dos Santos Andrade, Jozinei Barboza de Miranda, André Luís Freitas de Souza, Victor Pires Lima e Suellen Cristina foram os peritos e perita responsáveis pelo trabalho em tempo recorde.